“Sou antipartidário, mas não sou facista!”
Eu sou apartidário. Que isto fique bem claro. E não apenas
apartidário como não consigo acreditar que disputar o governo seja uma forma de
transformar a nossa realidade ou se alcançar a revolução. Estamos entendidos?
Mas eu não sou antipartidário.
Saca só: beijar uma pessoa do mesmo gênero é um ato homoerótico.
Se um homem hétero beija um outro homem hétero, o ato continua sendo homoerótico,
independente da orientação sexual daqueles que o fizeram.
Falar que a mulher é inferior ao homem é um ato de machismo.
Mesmo que uma mulher o diga, continua sendo machismo. E mesmo que um homem
feminista de uma organização feminista diga que a mulher é inferior ao homem, o
seu discurso é um discurso machista, independente da organização que este homem
faça parte, ou não.
Agredir, expulsar, rasgar bandeiras e/ou propor o fim dos
partidos políticos é uma atitude facista. Independente daquele que o faz ser
facista ou não: seu ato será um ato facista. Independente daquele que o faz ser
de direita, esquerda ou centro: seu ato será um ato facista.
Não significa que o antipartidário é, necessariamente, um facista. Mas implica dizer que o antipartidário age de maneira e em consonância com um ideal facista.
Não significa que o antipartidário é, necessariamente, um facista. Mas implica dizer que o antipartidário age de maneira e em consonância com um ideal facista.
É uma máxima do integralismo (movimento facista brasileiro)
a frase “nenhuma bandeira será permitida a não ser a bandeira do Brasil”. Máxima
que é repetida e repetida nestes tempos de manifestações.
“O gigante acordou!”
Pasme, este mesmo slogan foi utilizado na passeata pela
família, em 1964, que culminou na ditadura militar. Se o mesmo gigante acordou,
50 anos depois, o que ele trará agora? Um novo golpe?
Não curto a ideia de levantar bandeira de partido em
manifestação apartidária. Eu acho que os membros de partidos deveriam, nas
manifestações, ao invés de levantar as suas bandeiras tentar levantar as
bandeiras do povo, das manifestações, das pautas.
Sabe aquela provocação, “Você
levanta a bandeira do povo ou a bandeira do partido?”, acho ela super cabível,
mas não acho que seja provocação para se agir com violência. Eles estão do
mesmo lado que nós, ainda que possuam diferenças no modo de pensar.
Porém, se os militantes partidários querem fazê-lo a todo
custo, que se respeite a eles.
“Mas aí a televisão vai começar a falar mal do nosso movimento, por
causa dos partidos de esquerda!”
E o objetivo da manifestação é ter o apoio das emissoras
como a Globo?
“Mas aí eles vão tentar aparelhar o movimento!”
Aparelhar significa fazer o movimento entrar no aparelho político
do sistema. Entrar no discurso e sistema do opressor. Se os partidários
tentarem fazê-lo, que o movimento se desfaça deles!
E mesmo sem os militantes de partido, um dia destes em
Fortaleza, tentaram aparelhar o movimento dizendo que deveriam ser eleitos 100
representantes. Aparelhamento!
Ser antipartidário é uma posição facista, independente de
sua concepção política ou falta dela. Os militantes de partido não deveriam ser
escurraçados, mas, sim, ser servos do povo brasileiro. Se um partidário
levantar sua bandeira durante uma manifestação, ele tampouco deve ser aplaudido
ou elogiado, mas deve ser cobrado, duramente cobrado.
Não é uma opinião conclusiva minha, pode ser que no futuro
ela mude, mas é a que eu tenho hoje.
E, de qualquer forma, é muito melhor saber de onde vem e de
que lado estão aqueles sujeitos, do que outros aí que se infiltram no
movimento.
Com partido! Mas sem liderança! E sem aparelhamento!
PS. A tirinha no final do post não é a original do Laerte, mas uma modificação que eu fiz. É importante ser transparente por aqui.
PS. A tirinha no final do post não é a original do Laerte, mas uma modificação que eu fiz. É importante ser transparente por aqui.
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